Avatar: Frontiers of Pandora não será um clássico tie-in

A revelação de Avatar: Fronteiras de Pandora foi um dos momentos mais memoráveis ​​de uma E3 entre os menos emocionantes de sempre.

No nosso especial (que você encontra aqui) falamos sobre o projeto e seu potencial, mas uma série de declarações de criativos da Ubisoft e gestão da Disney, lançado nos últimos dias, nos ajuda a entender melhor o que enfrentaremos quando tivermos o jogo em mãos.



Não uma simples reprodução dos filmes da marca, mas uma espécie de expansão da narrativa e do cenário do jogo, capaz de nos dar uma história completamente nova.

Avatar: mesmo planeta, nova história

Em entrevista ao VentureBeat (você pode encontrá-lo aqui) relatado nas últimas horas por PC Gamer è Luigi Priore, vice-presidente da divisão de jogos Disney/Pixar, para dizer que o objetivo do jogo não será recriar servilmente os eventos do filme de 2009 (nem os esperados entre 2022 e o final da década), mas encontrar um novo formato narrativo.

Prior diz:

“Houve uma época, 15 ou 20 anos atrás, em que fazer o filme era algo digno de nota. Você comprou o jogo e jogou o filme. Coisas como o clássico jogo Aladdin no Sega Genesis. O filme estava sendo exibido. Isso era popular na época, mas agora os jogadores estão esperando mais. Eles querem interagir com seus personagens e mundos favoritos, mas eles querem jogar novas histórias e fazer coisas novas com esses personagens e mundos. "

Avatar: Frontiers of Pandora não será um clássico tie-in

A declaração do Prior chama a atenção por duas razões, na opinião do autor.



A primeira, nas entrelinhas, confirma que Avatar: Fronteiras de Pandora não será "o jogo do filme", ​​mas uma obra com ambição narrativa própria que nos proporcionará uma visão renovada da marca com uma nova história, novos personagens e até novas áreas de Pandora para explorar. Na prática, um contraponto ao que foi visto na tela em 2009 e uma “base” jogável para episódios futuros.

A segunda coisa que chama a atenção é a ênfase de Priore em afirmar que Avatar "será diferente de jogos de filmes da Disney como Aladdin" (que todos nos lembramos como cópias carbono de filmes, mas gamificados) hoje, em 2021, depois de mais de uma vez que o videogame conseguiu se codificar como um meio capaz de expandir um filme ou um livro. O escritor nunca foi grande fã desse tipo de produto, mas o exemplo mais adequado dessa dinâmica que ocorre (por mais modesta que seja) é o de Enter the Matrix (2003), o jogo oficial da marca das irmãs Wachowski que deu aos jogadores a oportunidade de vivenciar uma história paralela à do segundo filme da série, Matrix Reloaded, dando ao jogador mais peças de história.

Então, por que a Disney enfatiza a abordagem "inovadora" de Avatar tão fortemente?
Provavelmente por dois motivos.

Primeiro, mesmo que teoricamente perfeito a abordagem transmídia da narração nunca foi totalmente aplicada por um grande, e agora pode ter chegado a hora; segundo, porque a Disney e a Ubisoft eles têm todos os meios para fazer isso acontecer.


Ubisoft e os tie-ins (explique que eles sempre os fizeram, mas com sucessos alternados)

Avatar representa, na história da Ubisoft, uma espécie de "primeira vez", a aplicação de um modelo de jogabilidade extremamente ambicioso (e, portanto, produtivo) a uma "transposição de videogame", retrabalhando o material de origem em uma experiência de jogo "nova, mas semelhante à original".


Avatar: Frontiers of Pandora não será um clássico tie-in

Essa operação ocorre após décadas de constante colaboração da Ubisoft com a indústria cinematográfica, tanto por meio de tie-ins de grandes marcas quanto pela transposição cinematográfica de seus jogos. No primeiro caso, basta ir à Wikipedia para encontrar uma lista de quilômetros de extensão: de The Mask of Zorro a vários jogos do Batman, ao já mencionado Aladdin da Disney (apenas uma das muitas produções da Disney transpostas pela gigante francesa), a Ubisoft sempre cuidou do relacionamento com os grandes de cinema. Ao mesmo tempo, os filmes Prince of Persia, Assassin's Creed e outras produções enfatizam seu foco em alisar os cabelos do público também por outros meios.

Como já dissemos no lançamento, Avatar é para a Ubisoft o salto qualitativo em direção a objetivos mais interessantes, uma penetração na indústria cinematográfica com maior força. Um elemento indicativo disso é a disposição da Ubisoft (no momento) de se concentrar na técnica, através de vários insights sobre o Motor gráfico Snowdrop que deve animar o planeta Pandora de forma majestosa.


Colocar a técnica em um lugar de excelência não é novidade para a Ubisoft, mas ao longo dos anos, a jogabilidade e a narrativa muitas vezes dominaram suas políticas.
Desta vez o elemento gráfico parece predominante, quase como para não desfigurar diante de uma marca cinematográfica básica (como Avatar) que fez da inovação técnica um ponto central.

A marca de Avatar "salvo" pela Ubisoft?

É difícil dizer como será Frontiers of Pandora, se bem sucedida ou não, mas como já observado, o modelo de sucesso da Ubisoft parece perfeito para realizar uma operação forte como lançar a ponte definitiva entre duas mídias que ainda hoje, apesar de os muitos pontos de encontro, lutam para encontrar elementos de contato realmente duradouros.


Se pensarmos nisso, não poderia haver nenhum ator da Ubisoft para tal operação: Afinal, Assassin's Creed literalmente explodiu graças ao rede de narrativas paralelas, entre jogos, paraliteratura, séries e cinema que formou sua espinha dorsal narrativa.

Avatar: Frontiers of Pandora não será um clássico tie-in

Se suportado com um pacote técnico adequado para a próxima geração e inserido em um contexto narrativo transmídia bem definido, Avatar: Frontiers of Pandora pode desempenhar um papel central no sucesso dos novos filmes de Cameron. Poderia contar a história por trás dela, escorregar nas dobras da história, ampliar o narrado e torná-lo mais forte. Acima de tudo, isso pode levar espectadores de filmes, mas não jogadores, a comprar um console de última geração, enquanto jogadores não amantes de filmes aguardam ansiosamente o lançamento dos próximos filmes da série.

Nesse caso, a aposta seria ganha. Pelo contrário, stravinta.

Avatar: o nascimento da transmídia realizada?

Por fim, um último raciocínio.

Se a Santa Aliança entre Disney, Ubisoft e a equipe de Cameron der o resultado desejado, podemos estar diante de um salto no entretenimento.

Digamos que você ponha as mãos em Frontiers of Pandora e fique viciado nele, que você joga por horas, horas e horas, até cair. A partir daí, você se torna um pouco apaixonado pela saga.

Avatar: Frontiers of Pandora não será um clássico tie-in

Você também tem Disney +, e Avatar e suas sequências estão chegando ao Disney +. Você pode ver todos eles, além da eventual série de desenhos animados criada com Dave Filoni. Você faz uma festa de todos essas histórias, porque estão ligadas de forma exemplar.

Praticamente, seria o modelo de marketing perfeito, uma máquina auto-alimentada que impulsiona uma marca inteira, e com base na disponibilidade de toda essa bondade em seu console doméstico. A perfeita e completa evolução de um modelo já na cabeça de visionários como George Lucas com Star Wars há vinte anos, em uma era que não podia contar com streaming e o usuário médio dependia da TV tradicional.

Como espinha dorsal, não só o filme, mas o videogame, a narrativa imersiva por excelência, dezenas de horas de duração e mundo aberto estruturado. Talvez até atualizável com novos conteúdos, como DLC e passe de temporada.

Funciona com Avatar? Talvez. Mas e se um dia alguém encontrasse a força produtiva para aplicar essa fórmula a um novo ciclo dos Vingadores?

Ok, eu só tenho um arrepio nas minhas costas.

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